quarta-feira, agosto 23, 2006

Sim

E eu
Com essas garrafas
A cabeça ainda gira
Todo o corpo dói
As agulhadas de ontem a noite
Dadas por ti e por mais ninguém
Negam-me a paz, tratam-me com desdém
Dadas por ti e por mais ninguém

O gosto esmaltado sobe à boca
O cheiro a náusea e de repente
Meu coração se enche profundamente
De uma demasiada alegria
De tão inesperada euforia
E eu sinto-me próximo à morrer
Eu preferia morrer ao voltar desse momento
Eu preferia morrer à voltar para realidade
Tão cruel como as horas seguintes
Mais cruel que os dias que hão por vir
Cruel, cruel, cruel...

Você desaparece lentamente
Deixando a porta aberta ao sair
Promete voltar como sempre
Me deixando o sangue que cuspi
As mãos trêmulas
Estou aqui, olho ao redor
E só o frio, comigo noites a fio
Me despeço e você entra novamente
Dizendo palavras mudas e sutis
Repetidamente até o fim
Da noite, da vida, ou de ti

Por que eu?
Por que eu?

Nenhum comentário: