quinta-feira, outubro 12, 2006

Acordar

Intragavel, insuportável, boca seca, mente cheia, corpo cansado olhos sonolentos e vida louca. Assim acordo mais um dia, esse calor insuportável me faz surtar, tento abstrair a idéia mas acabo retornando, o som ainda bate na minha cabeça como um martelo, meu coração está mais acelerado doque quando cheguei. Não sei até que ponto estive sonhando e onde entramos na realidade. Sim, incrível, nunca imaginei tão forte assim, a sensação me destrói e me anima, o peito aperta, sufoca, quero gritar mas não posso, não sai nada.

Tento tocar a fechadura, mas a vontade de chegar até ela não é tão grande quanto a de continuar deitado, olhando ao redor, tentando entender a noite passada, quem são essas pessoas estranhas? onde eu estou? Olho pela janela e reconheço o lugar, estou longe de casa... casa, não tenho bem uma casa, estou longe de onde deveria estar. Aos poucos as pessoas acordam uma a uma, famintas, algumas com a mesma cara que eu, outras felizes, outras mais tristes mas todas se perguntando - continuamos? - e aquilo dura por dias a fio.

Não sei se deveria ter ficado, o fato é que fiquei e que não tem volta, esse mundo me envolve, me engole, sinto falta de algo que não conheço, talvez eu sinta falta da monótona normalidade de outrora, de tudo que me castigava o coração, a alma. Meu desejo sadista consome os segundos, faz com que me sinta vazio, vadio, um mendigo, um louco, simplesmente um sádico.

Acho que deveria partir agora, o ar está sufocando, já não suporto o cheiro da fumaça, o espelho ainda está branco, e esses papeis pelo chão... chega, não quero mais... não... eu quero sim... quero o fim e quero mais, quero tudo e nada, quero que acabe e que começe novamente... meus braços, amaços quero normalidade, dentro de tanta insanidade.

Um comentário:

Oberon disse...

.......the art of peace is medicine for a sick world.......morihei ueshiba.