sexta-feira, julho 30, 2004

Do alto via a fina camada de vida
Que pela via fria da veia
Em sangue negro se escorria
Pelas vielas de tão triste sina

Na calmaria de uma solidão avassaladora
Os calcários olhos me devoravam
Eram sentimentos por vezes experimentados
Que se fundiam em cores e sons
Onde tudo tomava forma
E a dor que ele sentia
Era tão profunda e tão vazia
Que fez pensar no que a alma orna
Ao ver o vitae que nela habitava
O sopro único de uma vida desgastada
Onde tudo que resta é o pó
De uma existência inválida
Guiada por mãos cálidas
Que lhe sentiam apenas, dó...

Por sobrepujar tão impuro espírito
Que renegava a graça do vinho
Que por sua vez se recusava a aceitar
Que aquela criatura
De karma falho, e tão imatura
Viesse por suas taças deleitar
O infame desejo
Que ardia aceso
De uma súplica perversa
O direito de viajar
Para esquecer que foi pérfido
O ser que permitiu tal inepto
Sobreviver mais do que devia
Que vai em paz a alma que jazia
No fundo daquele poço
Que deixou, com corda no pescoço
O corpo que tão triste lhe trazia
Klederson Bueno (30/07/2004 01:39)

Um comentário:

Anônimo disse...

Oiiiii!
Curti muito sua poesia, alias todas elas estão muito legais. De onde vc é?
Bjos
Tata