Eu modifiquei um pouco essa poesia pra poder declamar no Sarau literario
Realidade
Filhos de um sistema falido
De uma hipocrisia que ronda nossos pensamentos
Vendo um mendigo sentando à calçada
Junto a uma lata vermelha, velha e amassada
Um verme passeia entre as crianças que brincam
E mais uma pessoa morre de fome
Um enorme letreiro dizendo “Jesus Cristo é o Senhor”
Meu? Seu? Senhor de quem?
Não suporto a idéia de alguém ser senhor de alguém
Assumo a posição mais neutra de um lado ou de outro
Encontro-me perdido
Amo-me odiando
Mais uma morte
Dessa vez um tiro acerta uma criança
Quatorze anos, peito estourado, sangue derramado
Sobre a escadaria descansam as lágrimas vermelhas
E lá em baixo o metrô sobre seus trilhos
Que levam e trazem sempre a lugar nenhum
Uma criança abandonada suplica por esmola...
Sob a calçada um jovem acende uma pedra,
Que ninguém sabe de onde vem,
E viaja sozinho pra compensar o desdém
Ascendendo ao seu mundinho feliz
Onde toda essa merda não passa de um pesadelo
Onde a vida já não mais é apenas medo
Gerida por burgueses
Capitalistas estúpidos...
Corruptos!!!
Corruptos!!!
Políticos malditos, se dizem benditos, mas somente ditos
Roubando a comida da boca de uma família que passa fome,
Do bolso do trabalhador, que é despejado de seu barraco
Aglomerando-se à outros, menos humano e mais macaco
Enquanto o alto do morro
Assiste ao mundo dominado pelo caos
E contempla mais um “boyzinho” que sobe o morro por seu “produto”
E lá fora somente as folhas secas caindo das arvores,
Somente o vento de outono...
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